SPIDER DRESS

Fashion is the recognition that nature has endowed us with one skin too few, and that a fully sentient [ability to feel or perceive] being should wear its nervous system externally J.C Ballard

(c)Divulgação.
Sipider dress, de Anouk Wipprecht. (c)Divulgação.

O último projeto de Anouk Wipprecht, designer de moda holandesa, é assinado em parceria com o engenheiro vienense Daniel Schatzmayr e batizadospider dress”.

O vestido-aranha faz parte da categoria costura robótica, dentro universo da vestimenta tecnológica, especialidade da estilista. Melhor assistir ao pensamento da roupa, no vídeo:

De modo particular, seja pela proximidade com a escola belga de fashion design (Antwerp Royal Academy of Fine Art), ou pela mentalidade wide open dos holandeses – em Amsterdam ou Rotterdam, ao menos – a moda do norte europeu parte, com frequência, para a associação com tecnologias de sistemas eletrônicos, capazes de proporcionar uma nova relação do ser humano com a sua roupa.

E onde a linguagem de programação ARDUÍNO é bastante acessada.

Esse pensamento (moda+tecnologia) encontra-se num estágio já bem avançado – Anouk, apesar de iniciante, faz parte dessa classe de designers preocupados em estudar novas interfaces para a moda, como Chalayan e Iris Van Herpen, por exemplo -, mas me parece projetar ainda um distante (mas totalmente possível) futuro para as ruas. No entanto o nicho atende, mais proximamente, ao show business ou às artes performáticas.

Numa colaboração com a “designer das estrelas”, Bea Akerlund, Anouk ajudou a desenvolver o figurino para a banda The Black Eyed Peas no show do Super Bowl de 2011. Repare nas peças (Fergie, em especial) e na cenografia/balé. Por favor, ignorem a música:

Anouk, sobre o assunto vestimentas tecnológicas (em recente entrevista para Syuzi Pakhchyan do fashioningtech), afirma:

“De certa forma, a moda inteligente, aprimorada através da tecnologia, tem o potencial de mediar o ser humano de formas mais variadas do que ele próprio tem de mediar a si mesmo. Consequentemente, dentre outros aspectos, estou interessada no quanto os nossos processos emocionais, sociais e psicológicos podem ser influenciados por dispositivos eletrônicos, como uma extensão do nosso self.”

Smoke Dress, de Anouk Wippercht. (c) Divulgação.
Smoke Dress, de Anouk Wipprecht. (c)Divulgação.

E é aí que está o pulo do gato. Se os computadores pessoais e dispositivos eletrônicos como smartphones, ipads e etc. são nossas próteses cerebrais, por que não as roupas se transformarem numa extensão, num emulador, de nossa própria personalidade? Continuaríamos nos travestindo ou nos mascarando por detrás de um estilo? Ou exacerbaríamos logo o que somos?

Sei que já fazemos isso, muitas vezes, em tecido de algodão. Mas é bem verdade que adoraria ter uma aranha negra acoplada aos meus ombros, certos dias, ao caminhar pelas ruas… :)

CONHEÇA MAIS:
http://www.anoukwipprecht.nl

3 opiniões sobre “SPIDER DRESS

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